Ideias Partilhadas

A Lisboa do povo engalanou-se a preceito para receber o seu santo padroeiro. Alfama, altiva e bela, exibe as fitas e os balões próprios da época. Há manjericos por todo o lado e o poeta popular esmera-se na rima certa. O santo casamenteiro abençoa os noivos e há um clima de romance no ar. Os turistas, de máquina fotográfica em riste, cristalizam o Tejo em momentos para mais tarde recordar. E o Tejo, de tão fotogénico, fica sempre bem.

Não gosto de terminar um livro que esteja a gostar muito. Parece-me que isso acontece a toda a gente. Atraso ao máximo o seu fim… fica sempre um vazio. Paradoxalmente, gosto muito de começar a ler um novo livro. Se todos os ciclos viciosos fossem assim, estaríamos todos muito bem…

Estou rodeado de pessoas que não estão bem. Mas também estou rodeado de pessoas que estão bem. Há alturas em que estou bem, outras nem por isso. Sou sempre muito influenciado pelo mal dos outros. Agarro-me sempre à boa onda alheia… Guardo desabafos em caixas mentais, mais cedo ou mais tarde elas abrem-se e toldam-me a mente, mas tenho uma reserva positiva para eliminar os buracos negros.