Duas semanas para quebrar a rotina. Mandar às urtigas o trabalho. Esquecer a existência do relógio. Parar, descansar, relativizar… Veranear por aí. Passear por aqui e por acolá. Ler, ler, ler. Saborear, contemplar, bebericar. Ouvir, estar, ficar.
Nada melhor que acordar ao som dos Scissor Sisters… deixou-me muiiiito bem disposto!!!
Deliberadamente inspirado nos filmes de série Z, Death Proof, apresenta-se com saltos na imagem, cortes de som, perseguições de carros, mulheres dengosas versus agressivas, homens sinistros, pancada a toda a hora e sangue aos litros. Gostei do ambiente criado e da banda sonora. Texas é o pano de fundo da acção, bares característicos, muita droga, álcool e jukeboxes a debitar música sem parar. Achei o filme excessivo, muito violento, desnecessário. Não gostei. Que saudades do Pulp Fiction e da saga Kill Bill…
Pior que imaginar um rato na cozinha, só mesmo um rato cozinheiro. Mas no mundo da animação tudo é possível. Remy é um rato simpático, asseado, refinado e com um talento culinário ímpar. Sente-se deslocado, diferente, toda a sua (gigantesca) família prefere conspurcar-se nos caixotes do lixo e banhar-se nas sarjetas putrefactas. Em socorro do seu amigo “humano”, Remy revela-se um trunfo escondido… Linguini, aspirante a cozinheiro é trapalhão, desajeitado e Remy torna-se uma preciosa e inusitada ajuda. A Paris de "desenho" é simplesmente genial, os pratos de nouvelle cuisine uma delícia, um humor simples, certeiro e uma banda sonora doce e melodiosa. Ratatouille é um grande filme de animação, primeira produção da Pixar (Toy Story, Finding Nemo, The Incredibles) agregada à Disney. Confesso que passei o filme a salivar e no final não resisti a um pequeno mimo para o paladar… 
No restaurante. Amo-te. Saborear palavras e paladares. Demoradamente. Noite fresca, degraus gastos pelo tempo. Demasiado tempo. Ruelas com história, becos e recantos repletos de silêncios e existências. Pessoas, muitas pessoas. A cadência cúmplice da caminhada. Luz na Igreja, porta de madeira maciça, interior de riqueza sacra. Silêncio quebrado pela voz projectada no microfone. Voz melodiosa, apaziguadora. Rituais há muito esquecidos. Paz. Serenidade. Pessoa calmamente sentado à porta da Brasileira, indiferente às hordas de turistas que o fotografam insistentemente. Depois Tertúlia, copos e um jogo de futebol com um resultado decepcionante. Há Sábados assim, diferentes, inesperados e únicos.
Não existem variações possíveis….
SEXTA-FEIRA + 18:30 = HIP! HIP! HURRA!
Tão simples quanto isto...
Bom Fim-de-Semana!!!!
“A Lua na casa VIII poderá trazer-lhe alguma ansiedade e perturbação interior. Contudo, será um bom momento para corrigir ou renovar uma dada situação.”
Adoro os hits de Verão. Uns mais que outros, claro! Não tenho cá pudores em relação ao que gosto de ouvir, por isso tudo é possível… Em plena silly season nada como umas musiquinhas frescas e leves para alegrar os dias. Se os olhos estão postos no calendário para a contagem decrescente até às férias, os ouvidos estão colados no rádio para aligeirar a penosa passagem das horas… Revelo, sabendo que posso ferir algumas susceptibilidades eruditas, duas músicas que gosto de ouvir e que associo a este Verão…
O verdadeiro ritual. Um grande tacho, leite a ferver, arroz, ovos, açúcar e uma casca de limão. Mistura de aromas doces e quentes. Na cozinha respira-se a ternura dos gestos e o deleite da cumplicidade. Quero ajudar, participar activamente. A minha mãe, paciente, destina-me pequenas tarefas. Mal chego ao fogão, mas em bicos de pés e com a colher de pau em riste, misturo o delicioso preparado. Em cima da mesa, várias tacinhas multicolor e um prato cheiinho de canela aguardam a sua entrada em cena. Impaciente, espero que o arroz apure e o cheirinho inunda toda cozinha. Com o doce dentro das tacinhas e o mágico momento de rapar o tacho, faço, atabalhoadamente, desenhos de canela por cima do arroz. Momentos de infância que se perpetuam para sempre e por mais arroz doce que coma, não há nenhum melhor que o da minha mãe...
Há dias assim. Frescos, límpidos e bem dispostos. Agosto corre lenta e pachorrentamente. Respiro odores marítimos – a brisa arrasta-os até mim, esvoaçam libelinhas por todo o lado, aproveito-me das águas que regam os jardins para uns borrifos refrescantes. Avanço no balanço da música colada aos meus ouvidos e caminho sem pressa. Mais um dia. Acordar e sentir que tudo faz sentido. As preocupações, as asperezas da existência e as quezílias com os outros fazem parte e amanhã tudo pode mudar. Está nas nossas mãos e isso descansa-me. Descansar é tudo o que quero. Desligar o botão do nervo central e adormecer profundamente. Acordar revigorado e capaz. Respirar devagar.
Rene Magritte
Vivo numa realidade paralela. Num mundo só meu. Numa espécie de anarquia pessoal, onde defino as leis, normas e objectivos a cumprir. Vivo numa ilha, no cume da montanha, no meio da floresta. Isolado, mas não só. Não sigo a multidão, não visto a farda, não finjo a felicidade, a amizade ou a empatia. Não faço fretes, não sou de fachada e por vezes sou incompreendido. Sou um eremita no meio da cidade. Isolo-me voluntariamente e canso-me das pessoas. Preservo quem é essencial para mim, o acessório está no lixo e reciclado. Uma petulância. E vivo bem assim.
Apetece-me, por breves instantes, virar crítico de cinema, insolente e insuportável. Daqueles cinéfilos eruditos e inatingíveis. Que escrevem artigos de meia página e (quase) ninguém percebe o que realmente pensam do filme. A proliferação de referências e analogias bacocas é tal que o essencial vira acessório…
Mas não vou fazê-lo! Não tenho pretensões no mundo da sétima arte… Vou simplesmente sugerir um saltinho ao cinema mais próximo para visionar estas duas películas.
The Hoax revela um Richard Gere maduro, com uma representação aprumada e bem conseguida. O filme, baseado em factos reais, conta a história de um escritor desesperado que tudo faz para publicar os seus escritos, como não consegue atingir os seus objectivos tenta a coisa de uma forma, no mínimo, diferente…
The Simpsons Movie, é puro divertimento. Aquela malta amarela está melhor do que nunca. O argumento é genial e cheio de pérolas. Adorei o spider-pig… Quem é fã da série não pode mesmo perder este filme. E tem de ficar até à última letrinha do genérico final…
Nota: O Blogger decidiu que este post tem de estar com estas letrinhas microscópicas... como é segunda-feira nem vou dar importância…
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