Acordar suave e demoradamente
Tal como o Calvin e seu fiel amigo imaginário Hobbes, estou totalmente nas lonas… Sonolento e pachorrento, com ânsias de doses bem aviadas de silêncios e contemplações… Postar imagens e escrever frases com três palavras. Vou mas é juntar-me a estes dois e esperar por dias mais inspirados e produtivos. Este blog encerra provisoriamente e por tempo indeterminado. Bom, agora a tarefa mais difícil vai ser subir à árvore e arranjar um espaço para me aninhar… 
Pastoral é a sexta sinfonia de Beethoven. É a sinfonia da Heurística. Motiva toda a acção criadora a todo movimento.
Ando nostálgico… de olhar perdido no horizonte, deu-me para recordar as brincadeiras de outros tempos. Lembro-me bem da febre do Cubo Mágico. Tive vários e mesmo um em forma de porta chaves miniatura que também funcionava… Assumo que nunca consegui completar todas as cores do cubo, só algumas partes… havia uma marosca fantástica, alguns miúdos desconheciam mas era infalível… desventrava-se o pobre do cubo e voltava-se a montar com as cores nos devidos lugares, era o sucesso. Havia concursos por todo o lado, pequenas competições entre os colegas da escola, com os miúdos da nossa rua, na televisão. Continuo a achar o objecto giro, recentemente ofereceram-me um vindo directamente de NY, todo ele psicadélico e brilhante... não resisti e tentei resolver o enigma, claro que não consegui fazer nada, há coisas que não mudam mesmo... 
Parece-me que o belo do berlinde caiu em desuso. Há anos que não vejo miúdos a jogar ao berlinde e acho mesmo que este singelo objecto se tornou acessório de decoração em casas minimalistas. Demasiada tecnologia e novidade digital amarraram as crianças ao computador e à televisão, transformando o espaço casa em clausura voluntária e consentida. Uma brincadeira inocente como jogar ao berlinde é algo jurássico para as recentes gerações. Passei belos períodos ao ar livre, abrindo covinhas no chão e com os bolsos a transbordar de berlindes. A rua era o local eleito para as brincadeiras e até ao ocaso ninguém ia para casa. Outros tempos e outras brincadeiras que gostei de viver e que não trocava pelas diversões digitais de hoje em dia. 
Esperam-se abertas e lá para quarta-feira o sol e o calor imperarão… 
Fui ver o filme do momento – Ocean’s 13. Pelo menos toda a gente fala nisso. Deve ser pela grande concentração de pseudo galãs por metro quadrado. Não vi os dois primeiros porque não morro propriamente de amores por Pitt & Clooney Companhia e há sempre tantas hipóteses que acabei por evitá-los. Num destes dias decidi quebrar o enguiço e lá fui vê-los ao grande écran. Pois, tenho de admitir que achei o filme divertido e as trapacearias muito bem engendradas. Gostei do ar seventies que o filme respira… 
A Marcha dos Pinguins é uma pérola. Filme documentário que revela os pormenores do encontro, acasalamento e nascimento dos pinguins na Antártida. O cenário de gelo desértico é deslumbrante e de uma paz perturbadora. Ali não há vestígios do Homem e o estado de pureza é total. Os Pinguins são animais encantadores e as suas crias um verdadeiro mimo… Como em tudo na vida, também existem maus momentos, nada pode ser 100% perfeito…
Quase, quase a estrear está o quinto filme da saga Harry Potter. Li todos os livros e vi todos os filmes… pronto, lá está a criança que vive dentro de mim a tomar as rédeas da situação. O jovem feiticeiro está de volta e com a árdua tarefa de enfrentar o tétrico Voldemort. Filme e livros à parte, é interessante ver o crescimento do protagonista e seus compinchas ao longo dos filmes. Só mais uma achega, o fantástico Ralph Fiennes está simplesmente genial e transfigurado para encarnar o sinistro vilão da série…
É o regabofe do costume. Com o feriado à quinta, a sexta, apesar de pesarosa, apresenta-se simpática e (espero) pouco trabalhosa… O fenómeno das pontes é por demais conhecido e quem renega a benesse de umas mini férias? Só mesmo o patronato cinzento e supostamente empreendedor lixa os planos à malta. O tempo, qual palhaço de circo, faz traquinices e presenteia-nos com chuva para o fim-de-semana… Mas tudo é irrelevante quando a meta são mesmo dois dias sem aturar chefes e colegas chatos. Deixo aqui uns rebuçadinhos para adoçar as bocas e agora, desculpem lá, mas tenho de gritar:
Forte de S. Julião da Barra
O crocodilo não soube fazer a coisa como deve de ser, o tratamento que deu ao Capitão Gancho foi ineficaz. Devia ter cortado o mal pela raiz… Para personagem da ficção este reles pirata tem a língua demasiado afiada e as costas muito largas. Quando sai do porão lança impropérios a torto e a direito como se não existisse um amanhã. Bem sei que a vida no mar é difícil e as companhias altamente inconvenientes. As longas jornadas sem pisar terra firme, as bebedeiras de caixão à cova, as lutas desumanas e os parcos ou inexistentes relacionamentos amorosos (desconfio que nem as sereias vão na cantiga do bandido) deixam este homem (?) intratável e sem qualquer afecto visível. Sugiro ao Capitão, que lá da sua embarcação e entre saques, crie um blog, uma página no Hi5, qualquer coisa onde se dê a conhecer e onde qualquer pessoa possa responder à letra aos seus hostis vitupérios. Salte do porão, desempoeire o traje, puxe o lustro ao gancho e, no meio da tempestade, desvende o mistério que criou… olhe que seria uma revelação triunfal e garanto-lhe que seria também a alegria de muito boa gente… 
A questão não é se o filme é bom ou não, se a vida da cantora está fielmente contada, se a actriz encarna bem o personagem… Simplesmente a voz de Piaf ainda soa na minha cabeça e é isso que realmente importa. 
